Como aplicar em renda fixa sem impostos?

Como aplicar em renda fixa sem impostos? 5 dicas para investir na opção às LCIs e LCAs

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Com a escassez de ofertas dos ativos de renda fixa preferidos pelos brasileiros, é necessário se esforçar mais para obter a mesma rentabilidade. 

Os investimentos livres de Imposto de Renda foram o destaque da renda fixa em 2023, mas o Conselho Monetário Nacional (CMN) limitou as emissões de letras de crédito imobiliárias (LCI) e do agronegócio (LCA), entre outros ativos, e as oportunidades diminuíram. 

Por isso, o investidor precisa se dedicar mais para alcançar uma rentabilidade parecida.

Uma das alternativas, segundo especialistas, é investir nas debêntures, que cresceram 28% no número de investidores pessoas físicas no ano passado, e renderam o triplo dos títulos públicos em janeiro. 

A boa notícia é que elas têm uma modalidade livre de IR, mas escolher os papéis adequados para o seu portfólio não é fácil.

Veja a seguir o que considerar na hora de escolher uma debênture incentivada.

Entenda o que é uma debênture incentivada

As debêntures incentivadas, também chamadas de debêntures isentas de IR, são diferentes das debêntures de infraestrutura, que terão benefício fiscal para as empresas. 

Elas, porém, têm uma contrapartida semelhante: o objetivo é financiar algum projeto, geralmente grande, que demorará anos para ficar pronto - e mais tempo ainda para começar a gerar retorno para a companhia. 

"O investidor precisa avaliar se o projeto é bom, além de julgar se a empresa, como um todo, é boa", diz Guilherme Sharovsky, investment banker da Bloxs Capital Partners. Prepare-se para o longo prazo

Como as debêntures incentivadas visam o longo prazo, investidores devem fazer "um exercício de projeção sobre o desempenho financeiro da empresa, estrutura de financiamento do projeto e sua capacidade de execução", sugere Marianne Moraes, gestora de crédito privado da Inter Asset.

Além disso, é importante ter em mente que, apesar do crescimento do mercado secundário, as debêntures não são tão líquidas quanto um título do Tesouro Direto, por exemplo.

 Dependendo do papel e da conjuntura econômica, o investidor pode ter dificuldade para vender uma debênture, e poderá não conseguir sair do investimento facilmente.   

Entenda os riscos

Medir os riscos que um título traz para sua carteira é importante em qualquer investimento. Nas debêntures incentivadas, os riscos estão relacionados a três fatores principais:

Saúde financeira da empresa: fique de olho nos números que a empresa divulga, em sua geração de caixa e nível de endividamento (veja mais abaixo). Para ter referência, compare os indicadores financeiros com empresas do mesmo setor ou nível de maturidade semelhante. 

Liquidez: verifique se empresa tem boa avaliação do mercado, para saber se será possível vender papéis no mercado secundário caso precise sair da aplicação antecipadamente.

Momento do mercado: conheça a expectativa para a Selic nos próximos meses, o que pode ajudar a entender se o papel tende a ganhar ou perder valor no mercado secundário. 

Analise o endividamento da empresa

Uma das dicas de especialistas é observar indicadores que mostram quantos ciclos de geração de caixa serão necessários para o pagamento das dívidas da companhia, como Dívida Líquida/Ebtida e o ICSD (Índice de Cobertura do Serviço da Dívida). A análise, porém, não depende só disso. 

O setor e o nível de maturidade de uma empresa também podem mudar o jeito como o investidor analisa o endividamento. 

O mercado geralmente tolera dívidas maiores de companhias de setores como o de energia, frequentes emissores de debêntures incentivadas, já que há alta previsibilidade na geração de caixa dessas empresas.

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