CMN muda regras e LCIs e LCAs de curto prazo desaparecem do mercado


Após o CMN mudar as regras para emissão, os títulos de crédito imobiliário (LCIs) e do agronegócio (LCAs) de curto prazo sumiram do mercado. 

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Os bancos não conseguiram formar um estoque de papéis com prazo de 90 dias antes da decisão. Agora, o CMN exige que as LCAs tenham pelo menos 9 meses de vencimento e as LCIs, 12 meses.

Essa mudança acabou com os papéis de 90 dias que existiam nas plataformas de investimento. Eles eram muito procurados pelos investidores que queriam ganhar dinheiro e ter liquidez. 

Também ficou mais difícil achar títulos com prazos maiores, mas que permitiam sair do investimento depois de 90 dias.

“Normalmente, os bancos emitem esses papéis todos os dias, mas como a regra mudou de repente, eles não se prepararam para ter um grande estoque no mercado secundário”, diz Mayara Rodrigues, analista de renda fixa da XP. Ela diz que, hoje, há poucas LCIs e LCAs curtas para vender. O CMN fez as mudanças na quinta-feira (1). Na sexta, os bancos já tinham que se adaptar.

 “Vimos muitos bancos fazendo o dever de casa na sexta e não emitindo crédito imobiliário ou do agronegócio, porque tinham que seguir as regras”, conta Erick Scott Hood, chefe de produtos de investimentos do Inter.

Ele acha que os investidores não correram para comprar LCIs e LCAs de curto prazo e que a falta desses papéis se deve à grande procura que eles tinham: eram vendidos assim que saíam. CDBs devem aumentar

Com as regras novas, as LCIs e LCAs podem ficar menos interessantes, porque alguns bancos podem ter dificuldade para captar com esses papéis, usando outros meios e reduzindo a disputa no setor. Como resultado, os papéis que sobrarem podem ter taxas menores.

Nessa situação, os especialistas acham que os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) devem crescer.

 Eles já eram o refúgio dos investidores de renda fixa que deixaram o crédito privado na crise de confiança do ano passado. Agora, os especialistas acham que eles podem ser a alternativa para os bancos emitirem dívida.

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