As taxas Juros
Juros: As taxas experimentaram um ajuste ascendente, em resposta ao comunicado recente do Copom e à prudência fiscal necessária.
Observamos um aumento nas taxas intermediárias, um reflexo direto da alteração na orientação futura do Copom.
Na quinta-feira, os juros futuros reagiram ao comunicado, com os dirigentes ajustando a sinalização para um corte adicional de 0,50 ponto percentual na próxima reunião, deixando as expectativas pós-junho em aberto, o que naturalmente levou a uma reprecificação no mercado.
A ponta longa, por sua vez, avançou com menos intensidade, refletindo as incertezas do cenário fiscal.
Ao final do dia, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) mostraram um incremento, com o DI para janeiro de 2025 marcando 9,940%, acima dos 9,906% do ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2026 subindo de 9,80% para 9,86%. O DI para janeiro de 2027 registrou uma taxa de 10,10%, acima dos 10,04%, e o DI para janeiro de 2029 avançou de 10,53% para 10,59%.
A mudança na orientação do Copom, substituindo 'próximas reuniões' por 'próxima reunião', confirmou a expectativa de alta nas taxas intermediárias, refletindo substancialmente na diminuição das apostas para um corte de 0,50 ponto na Selic na reunião de junho. Esta tarde, a curva de juros precificava uma redução de 28 pontos na Selic, implicando 12% de probabilidade para um corte de 0,50 ponto e 88% para um corte de 25 pontos.
Ontem, a precificação de 33 pontos indicava 32% de chance para um recuo de 0,50 e 68% para 25 pontos. Para a reunião do Copom em maio, a expectativa, que antes era de 45 pontos, subiu para 50.
A projeção para a Selic terminal, que ontem estava em 9,65%, hoje retornou a 9,75%. É importante notar que, para a reunião de julho, a curva sugere um corte de 14 pontos, apontando mais de 40% de chances de manutenção da taxa de juros.
Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset, comentou que o impacto do Copom sobre a curva foi moderado, amenizado pelos sinais dovish do Federal Reserve ontem e considerando que a estrutura de mercado já havia se expandido significativamente na semana passada.
'Os prêmios estavam esticados', ele observou. No entanto, ele não vê as indicações do banco central americano como um fator direto na perspectiva da Selic terminal, mas sim como uma influência na abordagem da taxa, sugerindo um processo mais gradual para alcançar o mesmo objetivo.
Um cenário de Selic mais cauteloso no curto prazo, em teoria, deveria pressionar a ponta longa para baixo ou pelo menos estabilizar as taxas próximas aos ajustes.
Contudo, as taxas avançaram, ainda que moderadamente, diante das incertezas fiscais, especialmente na véspera da divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas, que pode indicar a necessidade de um bloqueio de até R$ 3 bilhões.
Não se espera uma mudança na meta de superávit primário zero para 2024 nesta ocasião.
Os dados de arrecadação divulgados hoje mostraram um total de R$ 186,522 bilhões em fevereiro, um aumento real de 12,27% em comparação com fevereiro de 2023.
O resultado superou ligeiramente a mediana das expectativas de R$ 184,365 bilhões das instituições consultadas pelo Projeções Broadcast.
Eduardo Velho, sócio gestor da JF Trust, atribuiu o desempenho abaixo do esperado da ponta longa aos ruídos fiscais e à preocupação com a adoção de medidas populistas.
'A pressão sobre a equipe econômica pode intensificar-se se a popularidade do presidente continuar em declínio', ele apontou.
No final do dia, uma pesquisa Datafolha revelou que a desaprovação do presidente Lula aumentou 3 pontos desde dezembro, alcançando 33%, enquanto a aprovação permaneceu em 35%."
Veja também
Comentários
Postar um comentário